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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ramadan e a nossa vida

Estou aqui em um sábado mega preguiçoso, por que aqui, sábado tem cara de domingo, por que a semana começa no domingo e termina na quinta. E pra mim, esse fato é um dos quais eu tenho mais dificuldade de me acostumar.
Chega domingo eu fico toda empolgada para fazer mil coisas, terminar os trabalhos, falar com os clientes no Brasil, e fico total no vácuo, porquê todos estão curtindo o domingão. haha. E na sexta é o contrário, eu já nos churrascos e afins e a galera no Brasil (e na maior parte do mundo) ainda trabalhando.

Por falar em diferenças culturais, fiquei pensando muito no privilégio que é morar em um país laico. Aqui apesar de nada de outras religiões ser proibido (podemos ter cultos, missas e qualquer outro tipo de manifestação religiosa, sem nenhum problema), somos totalmente influenciados pela religião muçulmana. Eu acho legal pela experiência de viver e aprender coisas novas, mas eu acho um saco por ser obrigada a isso.

Desde o dia 18 começou o Ramadan. Que é o mês que eles jejuam o dia inteiro do nascer ao pôr do sol. Claro que nós, que não somos muçulmanos, não precisamos jejuar, mas não podemos comer nada, nem beber nada durante esse horário de jejum em lugares públicos. Nenhum restaurante abre, nada que venda comida ou bebida. Eles só começam a abrir no fim do dia, e ficam abertos até umas 2h da manhã. Então nesse mês só podemos jantar fora, cafés da manhã e almoços ficam mais restritos à hotéis que têm autorização de deixarem alguns de seus restaurantes funcionando por esse período.

O legal desse período é que os restaurantes e os hotéis fazem eventos para o Iftah e o Ghabga. Iftah é a refeição feita para quebrar o jejum, normalmente são coisas leves, como tâmaras e um copo de água. Depois fazem mais uma oração (no Ramadan eles tem um momento de oração a mais), e depois da oração vem o Ghabga que é a refeição maior, onde eles confraternizam com a família e amigos, em um banquete beeeem farto. Soube que o que sobra desses banquetes, não podem ser reutilizados no dia seguinte. Tudo é doado aos pobres e necessitados. Eu adoraria participar desses eventos em uma casa árabe muçulmana bem tradicional, mas ainda não tenho nenhuma amiga árabe muçulmana, por isso eu acho legal os hotéis oferecerem essa experiência. Assim que eu for, eu mostro fotos. Me sigam nas mídias sociais! hahaha

Fora a questão de não poder beber e comer em locais públicos, durante o Ramadan também não vende nenhum tipo de bebida alcóolica. Então, tivemos que fazer um estoque para esse mês. Mas fora isso, nada muda na minha vida. Felipe tem chegado mais cedo em casa, por que grande parte das pessoas estão viajando para seu país de origem, então o trânsito melhora muito na ponte (arábia saudita-bahrain) e ele também tem saído cedo para almoçar em casa, já que não pode comer no trabalho e fica por aqui de vez.

Estou curtindo muito isso tudo que estamos vivendo e estou muito feliz por estar vivendo isso com Felipe. Deus tem nos ensinado muitas coisas nesse tempo, nos dado amigos muito legais e uma vida bem tranquila. Eu sei que sempre acabo meus posts falando isso, mas meu coração mais uma vez é só gratidão.

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